Uma técnica permite a maturação dos óvulos em laboratório e livra as mulheres dos penosos efeitos adversos dos tratamentos tradicionais para engravidar.
A cada ano, 5000.000 mulheres no mundo, 25.000 delas no Brasil, submetem-se a tratamentos de infertilidade. E dessas, quase a metade se vê obrigada a passar pela estimulação ovariana. Do ponto de vista físico e emocional, trata-se de uma das etapas mais desgastantes de todo o processo. Durante dez dias, as pacientes recebem doses elevadíssimas de hormônios, de modo a intensificar a produção de óvulos e, com isso, aumentar as chances de gravidez. Nenhuma delas passa incólume por esse bombardeio hormonal. Nos casos mais leves elas são acometidas por alterações de humor, inchaço e dores abdominais. Nos mais graves, podem ser vítimas de trombose, infarto e derrame.
Mas se está disseminando nas clínicas brasileiras uma técnica que livra as mulheres dos efeitos colaterias das injeções de hôrmonio. Batizado de IVM (sigla em inglês para maturação in vitro), o procedimento consiste em fazer com que os óvulos se desenvolvam em laboratório, eles são mergulhados em um meio de cultura durante dois dias, para depois ser fertilizados em um tubo de ensaio.
Quando este método começou a ser estudado a probabilidade de sucesso era de 10%, agora chega a 30%, graças ao aprimoramento desta técnica, composta por sais minerais e do hôrmonio FSH, indispensável para a maturação ovular, tais soluções proporcioanm um ambiente semelhante ao do organismo feminino.
Além de ser menos penosa, esta técnica não tem contraindicação ao contrário da técnica tradicional.
Entre as portadores da síndrome do ovário policístico, a estimulação ovariana pode produzir um número enorme de óvulos, o que agrava ainda mais os efeitos colaterias do tratamento.Para as vítimas de câncer de mama, útero e ovário, que querem congelar seus óvulos antes da quimioterapia, a estimulaçaõ ovariana pode fazer com que o tumor se alastre. Há ainda outro aspecto: embora muitos médicos garatam que pacientes com histórico familiar desses tumores não correm risco, é temerário receitar-lhes doses elevadas de hôrmonios. O estrôgeno que por sua vez faz parte do coquetel pró-gravidez, serve de combustível para o surgimento e a proliferação de células cancerosas.