Assim como o resto do nosso corpo, nossas escolhas também podem sofrer mudanças ao longo dos anos. Por isso, mulheres que já realizam a laqueadura por acreditarem que não desejariam mais filhos e se arrependem dessa decisão costumam procurar soluções para reverter esse processo.
Esse dado é especialmente especial para o Brasil, que tem um dos maiores índices de laqueadura do mundo: 40% das mulheres em idade reprodutiva realizam fazer essa operação para impedir uma nova gravidez. Em comparação, nos Estados Unidos esse índice é de 20% e na França, apenas 6%.
Antes de tudo, precisamos entender como funciona esse processo. A laqueadura ou ligadura tubária é um método contraceptivo definitivo, no qual as trompas são amarradas, cortadas ou queimadas para impedir o encontro dos espermatozoides com o óvulo.
O que muitas mulheres buscam é, sim, possível. Na prática, a reversão da laqueadura é realizada com a retirada dessa parte danificada e, posteriormente, se faz a união das partes sadias da trompa.
A reversão da laqueadura é considerada uma cirurgia de alta complexidade, uma vez que é necessária muita destreza cirúrgica para o sucesso da reversão. Essa cirurgia é, geralmente, realizada por vídeo-laparoscopia, portando pouco invasiva.
A recuperação da paciente costuma ser rápida e a dor no pós-operatório é mínima. Se espera que 30 dias após a cirurgia a mulher já possa ter a fertilidade restaurada.
Com a confirmação do sucesso da cirurgia, é comum que a maioria das mulheres que realizam a reversão da laqueadura tubária engravidem em um período de 6 a 12 meses pós cirurgia.
Os riscos da cirurgia incluem sangramento, infecção, o risco de não ser possível realizar a reversão (devido a forma como foi feita a laqueadura) e, ainda, um risco pouco superior quando comparado com a população geral, de apenas 6%, da ocorrência de uma gravidez ectópica, ou seja, fora do útero.
O principal fator para avaliar uma possível reversão da laqueadura tubária é a idade da mulher, uma vez que a taxa de fertilidade diminui após os 36 anos. Além disso, avaliar se não existem outros fatores envolvidos na infertilidade e que impeçam tal procedimento.
É recomendado fazer uma nova histerossalpingografia (exame que serve para avaliar a permeabilidade tubária) após 30 dias da cirurgia.