A RESERVA OVARIANA
Essa reserva fica no ovário, e é constituída pelos folículos e pela qualidade dos óvulos que estão dentro de cada folículo. À medida que a idade da mulher avança, essa reserva diminui. Esse “depósito” começa a se desenvolver quando a mulher ainda está no útero da mãe, por volta da 20ª semana da gestação. No nascimento, há cerca de um milhão de óvulos presentes nos ovários. Esse número diminui durante a infância, até que na primeira menstruação a quantidade de folículos presentes nos ovários é de cerca de 300 a 500 mil.
A cada período fértil, um folículo deixa o grupo de folículos primordiais – aqueles que nascem com as mulheres – para entrar no grupo de folículos que se desenvolvem. E apenas um deles é liberado na ovulação a cada mês. Quando a reserva de folículos primordiais acaba, significa que mulher chegou à menopausa.
O HORMÔNIO ANTI-MÜLLERIANO
O AMH foi descoberto na década de 40 pelo endocrinologista frânces Alfred Jost, um dos pioneiros no campo da endocrinologia reprodutiva. Ele descobriu que o hormônio controlava a proliferação e diferenciação celulares.
“Na mulher adulta, os níveis de AMH declinam junto com o número de folículos primordiais. Portanto, ele se torna um indicador direto e confiável do declínio da função ovariana”, explica o Dr. Paulo Perin, diretor da divisão de Medicina Reprodutiva da Clínica CEERH, e São Paulo. O hormônio pode ser dosado no sangue em qualquer fase do ciclo menstrual.
COMO ESSE HORMÔNIO AUXILIA NO MEU TRATAMENTO?
Na realidade, detectar os níveis desse hormônio ajuda a aconselhar os casais interessados em fazer um tratamento reprodutivo. Se for verificada uma reserva ovariana pobre, o casal pode poupar os encargos emocionais e financeiros de um processo cujos resultados podem não ter final feliz.
Segundo o Dr. Paulo Perin, as pacientes que apresentam níveis de AMH inferiores a 0,15 ng/Ml terão uma resposta ruim à estimulação ovariana em ciclos de fertilização in vitro e transferência de embriões.
A dosagem do AMH também tem um papel importante para pacientes que tiveram ou estão com câncer. O AMH ajuda a avaliar o declínio da reserva ovariana em mulheres submetidas à quimioterapia, o que pode auxiliar na seleção de terapias menos prejudiciais aos folículos.
OUTRAS VANTAGENS DO AMH
De acordo com o Dr. Paulo, o hormônio Anti- Mülleriano é um excelente aliado nos tratamentos de reprodução assistida. “Vários estudos mostram que o AMH é o melhor marcador individual para analisar a resposta ovariana, depois de uma estimulação com gonadotrofinas – hormônios usados para aumentar a produção de folículos. O AMH reflete o número de óvulos recuperados em ciclos de fertilização in vitro e as taxas de cancelamento devido à resposta muito ruim à estimulação”, explica o médico.
Além disso, a dosagem auxilia na identificação de outros problemas relacionados aos ovários: “o nível do AMH basal pode identificar pacientes com risco aumentando para hiperestimulação ovariana – quadro grave onde há resposta exagerada aos hormônios utilizados para a introdução para a indução da ovulação nos tratamentos de infertilidade. Esse hormônio também pode ser utilizado para monitorar a resposta ao tratamento com metformina, em pacientes portadores da síndrome dos ovários policísticos”, apresenta o doutor.